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Versão Integral da Entrevista
com Maria Alice Campos Freire

Acabamos de ouvir uma palestra sua só sobre os florais e o Centro Medicina da Floresta. Então, agora queríamos que você falasse mais sobre o Daime.

Foi no Daime que eu recebi minhas próprias curas. Ele trouxe a consciência. É a consciência que cura mesmo, né? Sem a consciência não existe a cura verdadeira. E o Daime é que trouxe a consciência, o auto-conhecimento – é a tudo isso também que a gente se refere nessa pesquisa de cura com as plantas. Aquela matriz original a que a gente se refere dentro do nosso trabalho com as plantas, com os florais.

O Daime veio revelar isso em nós mesmos: a nossa própria matriz original, o nosso eu, o nosso auto-conhecimento, a compreensão de tudo que aconteceu, por que chegamos aonde chegamos, para que lado vamos e qual é a direção – todo o sentido de tudo foi o Daime que trouxe. Porque antes era apenas uma intuição que a gente tinha, que ia procurando – até chegar nesse ponto que o Daime revelou.

Então hoje já se tornou uma coisa mais clara para nós todo o significado de tudo: da nossa vida, da nossa saúde, da nossa missão também, de transmitir isso para as outras pessoas, auxiliá-las nessa compreensão.

A cura espiritual passa pelo auto-conhecimento. É isso que você está dizendo?

Ah, é! Porque se não tiver a consciência, é difícil se curar. É preciso conhecer, ser paciente para a cura ser duradoura. Porque senão você anda pelos caminhos e se distancia novamente; pode se distanciar muitas vezes da sua meta se você não tiver a memória, a consciência de quem você é, de onde vem, de que veio fazer aqui, do que está fazendo aqui e qual é a sua direção. Então, essa cura espiritual tem que passar por esse estudo, né? E esse estudo o Daime traz, ele apresenta.

Como já estamos dentro do Daime, dentro dessa luz, temos condição de trabalhar mesmo sem o Daime na cura dos outros, porque o Daime já está aparelhado em nós, então podemos ter essa visão das pessoas e auxiliá-las – porque nem todos são chamados para o Daime, né? Talvez nem todos possam também suportar essa consciência, ainda não estão no ponto de suportar essa consciência – então vão utilizar muitas outras terapias, processos e procedimentos. Mas em nós essa consciência já está, né? Por isso é que vamos ter essa capacidade de ajudar os outros. Agora, se eles puderem tomar Daime, melhor ainda.

E a questão da mediunidade? Muita gente chega no Daime e trabalha isso de uma maneira intuitiva, sem saber o que está acontecendo, e às vezes passamos por alguns apuros que talvez fossem mais fáceis de superar com algum embasamento, algum tipo de instrução.

Eu acho muito importante a pessoa desenvolver o estudo dessa instrução, porque o Daime abre esse estudo para todas as pessoas – mas abre espiritualmente, né? Então, muitas vezes num plano material, no aparelhamento daquele estudo espiritual dentro da consciência material da pessoa, nem sempre é fácil conseguir aparelhar tudo aquilo e ter aquela compreensão no plano da matéria, da mente e do comportamento e tudo isso.

Então, eu acho muito importante a gente trabalhar com a instrução daqueles que já estudaram, porque já existe muito conhecimento revelado, inclusive pelos canais espirituais, mediúnicos. Existe muita literatura e muitas práticas que podemos desenvolver. O Daime mesmo nos dá instruções nesse sentido; e os nossos próprios guias dentro do Daime também nos dão instruções nesse sentido, então só nos resta mesmo é praticar, né? Eu moro no Céu do Mapiá há doze anos e desde que cheguei lá venho trabalhando sistematicamente dentro disso, porque foi o próprio Padrinho Sebastião quem me ordenou e me instruiu (e ainda hoje me ordena e me instrui!) no sentido de trabalhar. Porque essa é a vontade mesmo, né? Cada um tem a sua missão.

A minha missão está ligada a esse aspecto mediúnico, porque eu cheguei com esse dom. Já passamos por muitos estágios dentro desse trabalho: antes de chegar no Daime eu já trabalhava na linha de umbanda e na Mesa Branca espírita. Eu fui formada dentro do espiritismo e da umbanda. Dentro desses estudos eu desenvolvi meu aparelho até um certo ponto. Dentro do Daime é que esse ponto se elevou. Mas foi muito importante que eu já tivesse essa formação para poder receber a luz do Daime e evoluir dentro dela, entendeu?

Quando eu cheguei no Mapiá, que o Padrinho Sebastião mandou eu ir para a mata, abrir uma clareira lá junto com o Vô Corrente, para poder chamar os caboclos para curar os doentes, aquilo me surpreendeu, porque eu pensava... Não só pensava, como disse a ele: "Mas, Padrinho, para que o senhor precisa de caboclo? O senhor já tem tudo: já tem a Luz, a Verdade, a Justiça, a Sabedoria, o Amor, tudo na sua mão". Ele disse: "Mas eu preciso dos caboclos, minha filha! Porque meu povo não tem capacidade de acompanhar a luz do Daime e os caboclos é que vão me ajudar, porque vão me ajudar a limpar o canal do meu povo, para o meu povo poder acompanhar a luz do Daime.

Então, essa clareza ele me deu mesmo da dimensão exata daquele trabalho – foi então que eu vi. Conforme foi para mim, que os caboclos fizeram esse serviço comigo, dessa limpeza, desse aparelhamento, dessa compreensão, dessa caridade. De tudo isso que é um bê-a-bá muito simples: a pessoa se entregar ali na mão daquela entidade, aquela entidade vir aparelhar para fazer a caridade e tudo aquilo, né?

O trabalho com o pensamento, a fé, tudo isso que é o bê-a-bá da história: a fé, a entrega, a caridade; a humildade que é preciso ter, porque se a pessoa se engrandece, aparelha outras coisas que não são os guias de cura, que são aqueles trapaceiros, aqueles embusteiros que vêm. Todo esse bê-a-bá a pessoa já recebe dentro da formação espírita, na linha da mesa que eu trabalhei muito, com a psicografia e tudo isso. A pessoa recebe muita instrução mesmo sobre a vida espiritual, o mundo dos espíritos, das almas, das encarnações, das reencarnações, do carma; de como as entidades trabalham, auxiliam... A pessoa já tendo aquela instrução de base, quando entra no Daime, que o Daime apresenta mesmo aquela verdade toda, ela já tem mais condições no plano material dela para poder lidar com tudo aquilo.

O Padrinho também tinha isso, também se desenvolveu numa banca espírita, já trabalhava com os guias dele de cura antes de chegar no Daime – então ele tinha essa clareza, de como isso facilita a vida da pessoa dentro do Daime. Quando ele me chamou, me convidou para eu ajudar, foi nesse sentido mesmo, dando a dimensão exata do trabalho, né? Porque, por outro lado, o que é muito importante que o Daime nos ensina é que, na verdade, tudo isso são processos, alianças e missões também que a gente traz com esses guias, com essas entidades – porque muitas vezes a pessoa vai dentro do Daime se conhecer, vai saber que já tem relação com aquelas falanges e entidades de outras vidas, então já traz de outro tempo aquela missão. De repente, já é um irmão também daqueles guias que estão ali trabalhando com ele, de outra vida, de outro tempo. Tudo o Daime vai nos ensinar, a aparelharmos o nosso Eu Verdadeiro, o nosso Eu Superior, que é o principal e único verdadeiro aparelhamento que devemos conservar para sempre, né? O resto, são tudo alianças espirituais.

É isso que eu acho muito importante deixar bem claro dentro desse trabalho. No ponto em que estamos no Mapiá, praticamos nossa escola mediúnica dentro da Santa Casa, que é o nosso espaço de cura do Daime, ao mesmo tempo das curas da matéria, mas da cura do Santo Daime. Ali nós trabalhamos com o Santo Daime, internamos pessoas doentes que se tratam com o Santo Daime e com as medicinas da Floresta – e também com todo tipo de terapia, é uma casa holística. Mas também é nossa escola mediúnica, onde fazemos trabalhos de formação e desenvolvimento: temos grupos mais atrasados, outros mais avançados, e estudamos também as literaturas espíritas; e com a prática do Daime e tudo isso, a gente vai se desenvolvendo. Já temos também equipes mais desenvolvidas, que já estão trabalhando, atuando seus guias para curar, para dar passe nos doentes, para aparelhar os médicos espirituais que trabalham mesmo, fazem operações... Mas são estágios variados.

No fim de tudo, quando a corrente está bem formada, bem desenvolvida, bem educada – porque é uma questão de educação também, espiritual, né? – a gente não precisa sair do canto. Basta ficar sentadinho ali, concentrado, que todos os guias vêm e trabalham e fazem tudo que têm para fazer com nós tudo sentadinho ali, aparelhando tudo só na nossa mente, no nosso coração – a não ser em casos assim bem específicos, em que é necessário o passe mediúnico, porque aí é uma coisa energética que se torna necessária, então a pessoa tem que aparelhar no nível da incorporação, para ir lá dar o passe, porque aquela pessoa está precisando daquilo mesmo, né? Ou, então, também certos casos em que as pessoas estão possuídas por espíritos sem luz e toda essa qualidade de coisa; e o único processo que vai ser viável, que vai ajudar é a pessoa incorporar aquelas entidades obscuras.

Tem casos em que elas necessitam passar dentro de uma matéria consciente, iluminada, para poderem atingir outro plano. A gente pode iluminar os espíritos sem precisar incorporá-los, mas é preciso ter esse grau. Quem não tiver esse grau, vai adquirir aprendendo a aparelhar. Tudo isso são partes da escola mediúnica.
A nossa Mesa Branca é um trabalho oficial em que essas práticas já estão ordenadas, sistematizadas dentro de uma proposta mesmo da nossa Doutrina – mas para que possamos ter um desempenho favorável na Mesa Branca e aquele trabalho ter a sua finalidade bem alcançada, temos que estar sempre nos preparando, temos que estar sempre dentro da romaria, aquela romaria que a gente quase todo dia está praticando, se estudando, se desenvolvendo, se reunindo para desenvolver, trabalhar, estudar. Isso tudo é muito importante. Porque a mediunidade é um dom, mas é preciso que aquele que possui o dom, o abrace, como diz na mensagem do Dr. Bezerra: que abrace o dom e a sua finalidade, né? Porque se aquele dom não for empregado para o objetivo que ele trouxe para a vida material, se torna até um pouco de doença, porque os hospícios estão cheios de médiuns que não trabalharam; e também os hospitais estão cheios de doentes e de doenças horríveis, que são médiuns que não utilizaram seu dom com a finalidade que trouxeram para a Terra.

Então, a mediunidade é uma questão muito importante dentro do Daime – não adianta, né? Muitos irmãos daimistas têm dificuldade, têm preconceito, têm ignorância, muita ignorância – todos nós temos muita ignorância a respeito desses assuntos, né? Então falam coisas que não procedem. Mas o Daime já fala por si mesmo, porque chega na pessoa e abre esse canal. Então, é preciso estudar para poder acompanhar.

Queria aproveitar, então, e pedir para você fazer uma classificação e uma explicação, trocando em miúdos essas várias categorias de trabalho de Cura, Estrela, São Miguel e Mesa Branca. Quais são os degraus, a ordem que se deve percorrer, a periodicidade que se recomenda fazer esse tipo de trabalho -- dar uma geral nessa linha de trabalho dentro do Daime.

Vou tentar, né? Lá no Mapiá também a gente passa por ciclos diferentes. Teve uma época, no tempo que o Padrinho estava encarnado ainda, que a gente trabalhava muito na Estrela, trabalhava direto na Estrela. O trabalho da Estrela é um trabalho assim bem evoluído, onde a pessoa já vai apresentar o serviço. É um trabalho de Cura aberto para as passagens de muitas falanges de todas qualidades e já é o exercício mesmo daquela cura, a manifestação e o processamento. Como o Padrinho tinha uma evolução tão superior de seu espírito na matéria, seu aparelho já era tão desenvolvido, ele dava aquela marca na corrente. Ele era tão desenvolvido que a presença dele material imprimia um nível no trabalho que, depois que ele passou, ficou mais difícil de encontrar. Por isso também naquele tempo a gente fazia trabalho de Estrela direto – porque o Padrinho já dava aquele rumo. Hoje em dia, tudo mudou muito, porque a irmandade cresceu muito. A missão do nosso dirigente hoje também aumentou muito o serviço, né? E a necessidade de formação, porque também chegou muita pessoa despreparada, né?... Chegaram também outros preparados, mas muitos despreparados, então eu sinto que o tempo mesmo trouxe a necessidade de diversificação dos trabalhos. Que já naquela época o Padrinho foi quem abriu e mandou criar esses trabalhos de formação.

O Padrinho Alfredo também: ele recebeu o trabalho de São Miguel, um trabalho muito importante de limpeza da corrente espiritual – limpeza espiritual, que tem a ver com as demandas, as obsessões, essas coisas todas. Ele vai trabalhar na limpeza de tudo isso – e dos nossos comportamentos, da nossa relação com o eu de cada um, com tudo aquilo que nos acompanha. Então, é um trabalho da Doutrina mesmo. O trabalho de São Miguel é um trabalho de limpeza já no nível da Doutrina mesmo. No regime que estamos lá no Céu do Mapiá... Nem sempre acontece assim, mas temos estabelecido entre o Padrinho Alfredo e nós, da equipe de cura, mais ou menos que devemos fazer um trabalho de São Miguel e duas Mesas Brancas por mês. Isso não é uma rigidez, porque às vezes a gente vai e faz outros trabalhos e não faz aqueles, às vezes tem muitos hinários, às vezes a gente resolve fazer aquele trabalho de Cura tradicional. A necessidade é que traz cada coisa, né?

Então, os trabalhos de Estrela já não são tão freqüentes porque agora já fica mais diversificado, né? A Mesa Branca é uma formação para um bom trabalho de Estrela – e dentro dela temos o trabalho de Cura também: cantamos hinos de cura. Mas o trabalho de Cura completo é o hinário completo de cura, que é todo uma concentração absoluta – também é um trabalho muito importante que, dependendo do caso que aparece, a gente vai optar por ele. A gente faz aquele grupo de doentes e diz: "Não, agora esse grupo de doente aqui já é mais... Vamos fazer um trabalho de Cura concentrado...", né? Tem as Concentrações do Mestre Irineu, que são também trabalhos de Cura, que se a gente estiver bem limpinho, não precisa de mais nenhum trabalho de cura: só na Concentração mesmo a gente já se cura, né? Não acontece assim porque mesmo que a gente, individualmente, possa até estar caprichando e se limpando, trabalhamos dentro de uma corrente e essa corrente absorve todas essas impurezas – porque é da missão absorver a impureza, né?

No Mapiá, atualmente, temos então a Santa Casa como sede da escola preparatória das equipes de cura – onde temos nossos trabalhos de desenvolvimento de nível básico (é nas madrugadas que a gente faz esse trabalho) e os trabalhos dos grupos mais avançados, que já aparelham, estudam os livros – tudo isso já é preparação. Aí, nós temos trabalhos de Cura, atendimento direto na Santa Casa com o Daime, atendimento aos doentes, trabalhos com os guias, com o Dr. Bezerra de Menezes e sua falange, com caboclos, entidades... Mensageiros de São Miguel, que já é outra falange que desce para trabalhar, muito poderosa... Tudo isso na Santa Casa, aí isso tudo é preparação. Aí, quando chega no dia 27, na Mesa Branca, ali nós vamos fechar os trabalhos que foram abertos na Santa Casa, fechar os trabalhos de atendimento assim com os médicos e tudo mais.

Nós vamos também trabalhar no desenvolvimento de uma corrente mais ampla, porque ali já é geral, já é um trabalho oficial, vai todo mundo para a igreja. Que na Santa Casa só vai aquele grupinho que está se formando: os que vão procurar cura e os que vão se formar para ajudar na cura deles. E na Mesa Branca não: já é um trabalho aberto para toda a comunidade, então aí já é um trabalho que exige muito mais dos aparelhos – e o trabalho de São Miguel mais ainda. O trabalho de São Miguel já é no nível de uma perfeição superior ainda, que para a gente desempenhar um trabalho de São Miguel bem desempenhado, se nós tivermos a boa formação da Mesa Branca, então é que nós podemos desempenhar um São Miguel bem desempenhado, porque na Mesa Branca já tem o desenvolvimento: já se permite à pessoa manifestar mesmo. É para manifestar,
não é para ficar recolhido – só aqueles que já se acham bem, trabalhando numa boa com seus guias recolhidos, podem ficar recolhidos, mas a chamada é para a manifestação e a manifestação é para o conhecimento, né?

O trabalho de Estrela também depende da situação. Tem situação que a gente avalia e resolve fazer um trabalho de Estrela, porque aí já vai entrar várias outras coisas. É o trabalho mais aberto que tem dentro da igreja, é o trabalho de Estrela, que vai trabalhar com qualquer tipo de falange, com as falanges também dos espíritos da Terra, dos exus... Tudo isso cabe dentro do trabalho de Estrela. Cabe! Tem espaço para tudo. E tudo tem encaminhamento, tem finalidade, tem compreensão dentro do trabalho de Estrela. Então, é trabalhar com os espíritos sofredores, com as falanges dos mensageiros da Terra, que são os exus; trabalhar com caboclos, guias do Oriente, entidades crianças, qualquer tipo de entidade... Pretos velhos, outras qualidades de curador, de todas as falanges diferentes, e outras linhas que não são de incorporação, que já são mais esotéricas: tudo, tudo, tudo tem passagem dentro de um Trabalho de Estrela.. ou não. Depende do que está acontecendo. Mas o trabalho mais aberto que tem é o trabalho de Estrela – e a Mesa Branca. Só que a Mesa Branca trabalha com chamada.

É um trabalho didático, uma escola: vai chamando por linha. Chama uma linha, depois manda embora; chama outra, manda embora; chama outra... Então é um trabalho didático, uma escola. Lá nós temos o dia 7 e o 27. O 27 é o trabalho de Cura que as entidades e os aparelhos já desenvolvidos trabalham para apresentar atendimento de cura. E o 7 é a cura do corrente, o desenvolvimento da corrente –então muitas vezes a gente opta por fazer um trabalho de São Miguel, porque não dá tempo, né? É tanto trabalho: o 7, o 27, o 15, o 30, o São Miguel, mais os hinários todos... Aí a gente opta, quando fica apertado o tempo, pelo São Miguel no dia 7 porque ele cumpre essa finalidade. Quando é a Mesa Branca do dia 7, é mais... A gente fala, os guias vêm e falam, dão explicação, é mais didático ainda aquele desenvolvimento. Aí mexe nas pessoas, entendeu? São nuances de trabalhos diferentes.

Na Santa Casa tem os trabalhos de terreiro também, que fazem parte da instrução da Mesa Branca. Porque aí é o desenvolvimento das entidades, da incorporação, trabalho muito importante também para ensinar os aparelhos a aparelhar, porque essa que é a dificuldade, né? O aparelho não sabe aparelhar às vezes nem a força do Daime. A força chega e a pessoa se desestrutura, né? Então, nos trabalhos de terreiro é que aprende o aparelhamento, a limpeza, muita coisa. Ali também há muito despacho de energia pesada, no terreiro, na instrução – porque essa execução cabe dentro de um trabalho de Estrela. Toda aquela execução que acontece no terreiro, dentro de um trabalho de Estrela também cabe, só que já num outro nível, mais aprimorado. Não é para o cara estar derrubando as cadeiras, nem se batendo nas paredes dentro de um salão, né? Por isso é que precisa passar no terreiro, para polir o aparelho.

Está muito bom! Eu só queria completar perguntando sobre duas coisas que você falou: os trabalhos de madrugada e os livros. Queria que explicasse qual o motivo específico para os trabalhos serem feitos de madrugada, lá pelas 4 da manhã; e que indicasse os principais livros para começar no estudo dessa literatura que você citou.

Nós sempre trabalhamos de madrugada, desde que cheguei no Mapiá, porque o Padrinho também já se levantava 2 horas, 2 e meia da manhã... Mas sabe que esse é um horário positivo para a pessoa trabalhar, né? Aquelas horas – de 3 até 6 horas da manhã – que antecedem o nascimento do Sol têm uma força positiva muito grande para a pessoa trabalhar. É a melhor hora que existe para a pessoa trabalhar, é de 3 da manhã até as 6. Então já temos esse costume. Também lá a gente diz: "É bom marcar o trabalho 4 horas porque já vê logo quem está interessado mesmo: é aquele que vem, né? Porque se o cara tiver com pouco interesse ou coisa assim, fica dormindo. Mas é porque é um horário muito positivo mesmo, dentro do magnetismo do planeta, para poder trabalhar... E os livros variam. A gente tem estudado muita coisa. Sempre teve os estudos de Kardec, assim foram estudados os Evangelhos, "O Livro dos Espíritos", esses livros assim. Mas é uma linguagem difícil para os nossos caboclos, né? E também já tem muita coisa nova, mais evoluída, mais atualizada dentro da evolução. Mas os livros do Allan Kardec são um bê-a-bá importante. Nós estudamos também esses livros psicografados, que vêm dos espíritos que já são guias que zelam as casas de cura no Astral, como é André Luiz, como é Miranes – entidades zeladoras de clínicas no Astral onde se curam os espíritos. Tem muitos livros escritos por André Luiz e Miranes, muitos – como também das falanges de Emanuel –, tem muita instrução positiva nesse sentido. Tem muita coisa boa. Estudamos um livro muito bom da falange de Emanuel, que deu essa instrução sobre passes e curas.

Agora estamos estudando, com nosso grupo mais avançado, uma coisa muito maravilhosa, um estudo bem mais avançado – que é o estudo do desdobramento, um outro nível de trabalho mediúnico, mais elevado, que combina mesmo com a proposta do Daime. Você vai aonde quiser, se desdobra em um, em dois, em três, anda no tempo e no espaço – e fica ali quietinho no seu canto, ninguém nem sabe por onde você anda. E isso dentro de uma corrente é uma coisa maravilhosa, tem muito poder. O Daime sempre nos coloca dentro desse estudo. O problema é a pessoa entender aquilo, né? Então temos uma literatura boa que estamos estudando sobre isso, que vem da linha do Dr. Lacerda (Dr. José Lacerda de Azevedo) e Dr. Ivan, uns homens lá do Rio Grande do Sul. Eu já fui nessa casa uma vez visitar, para conhecer a sessão deles, né? Eles têm muitos livros e fitas gravadas com palestras e tal, sobre esse trabalho que eles desenvolveram, que se chama apometria. Eles têm toda uma sistemática desse trabalho, até com fórmulas e tal – impressionante! Mas é a respeito do desdobramento mediúnico, que é o grau mais elevado do trabalho mediúnico, então esse aí é o tema que estamos estudando agora em nossa equipe mais adiantada. E os próprios guias da Mesa Branca eles vêm trazendo as mensagens, né? Os guias dão muita mensagem...

Tem muita coisa boa escrita na linha dos livros psicografados, também revelando os mistérios da umbanda, dos pretos velhos, os mistérios dos exus. Tem muita coisa boa escrita, muito material mesmo para a gente estudar. "A Umbanda, Essa Desconhecida" é um livro muito bom...

 

 

De Sarraceni, né?

Sarraceni, é... Pois é, muito bom! Revela tanta coisa para a gente, tanta informação importante sobre a vida mesmo das hierarquias, como são organizadas as Hierarquias das falanges e tudo isso. Muito importante. Porque esse povo da linha antropológica é outra coisa: são as interpretações, é

outra onda. Agora, tem os livros que são dos espíritos mesmo, que vêm e trazem aquela revelação, é outra coisa. É o mistério. São as revelações dos mistérios. Porque tudo são os mistérios, né? Porque nós temos a linha da umbanda, que chegou para ajudar, que foi chamada mesmo, né? Foi chamada para vir ajudar – e também a linha de Jurema, que é outra linha, semelhante à linha da umbanda, mas que é do povo da mata e que tem todas suas hierarquias, seus fundamentos, seus mistérios, todas suas coisas – outras, diferentes. É que dentro dessa nossa linha que trabalhamos, que é essa linha de São Irineu, está reunido tudo isso. Todos esses e outros mistérios estão reunidos dentro dessa linha, que é a Linha do Saber Universal.

 

 

O Santo Daime em tudo se soma.

É! Então tem a linha de Jurema, tem a linha de Umbanda – e todas as outras linhas... A Linha do Oriente, as linhas do Universo mesmo, de outras galáxias, que chegam... Dentro da nossa banca chega tudo, chega mesmo coisa que a gente nunca imaginou, nem ninguém nunca escreveu a respeito. Ainda vai ter que alguém escrever a respeito.

(Celso cita Ramatis)

Pois é, Ramatis é um que chega na nossa banca. Ramatis é muito maravilhoso. É muita coisa que tem, né? Mistério é o que mais tem, para a gente conhecer.


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