Site do Centro de Documentação e Memória - ICEFLU - Patrono Sebastião Mota de Melo

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Análise fito química

   A história moderna da Ayahuasca começa em 1851 quando  o botânico inglês R.Spruce pesquisou os índios Tukanos, no Brasil. Estes convidaram-no a participar de uma cerimônia que incluía a infusão que eles chamavam “caapi”.  Spruce apenas tomou uma pequena quantidade daquela "beberagem nauseante",  mas não se deu conta dos profundos efeitos que ela teve sobre seus amigos. Os  Tukanos mostraram a Spruce a planta da qual caapi derivava, e ele coletou espécies da planta e das flores. Spruce chamou-a de Banisteria caapi, e estudo posteriores levaram-no a concluir que caapi, yage e ayahuasca eram nomes indígenas para a mesma poção feita daquela videira. A Banisteria caapi de Spruce foi reclassificada como Banisteriopsis caapi pelo taxonomista Morton em 1931.

    Em 1858, Spruce encontrou a mesma planta sendo usada na tribo Guahibo, na margem superior do rio Orinoco, na Colômbia e Venezuela, e,  no mesmo ano, entre os Záparos dos Andes Peruanos, que denominavam-na Ayahuasca. Simson’s, em 1886 foi quem primeiro observou a mistura das plantas na confecção da Ayahuasca.

    Apesar da coleta e identificação da Ayahuasca datar de 1851, os alcalóides já eram conhecidos desde a primeira metade do século XIX, o que se deve à facilidade de extração dos mesmos, bem como aos possíveis usos clínicos: logo, a Harmalina foi isolada da Peganum harmala em 1840. Sete anos depois, a Harmina foi identificada. A “telepatina” – harmina- foi identificada na “yajé” em 1905 (Zerda e Bayon).

    O começo do século vinte foi marcado por mais confusão do que esclarecimentos acerca da Ayahuasca, muitos identificaram-na, equivocadamente, do ponto de vista da botânica. Até que, em 1939, Chen & Chen  descobriu que tanto a caapi, yagé e ayahuasca eram a mesma bebida.  Foram estes mesmos pesquisadores que confirmaram que a harmina, telepatina e banisterina eram a mesma substância.

    Em 1957, Hochstein and Paradies encontraram, além de Harmina, também Harmalina e Tetrahidroharmina.

    Em 68, identificou-se a N,N dimetiltriptamina (DMT) como outro alcalóide deste chá.  Este já havia sido sintetizado em 1931 porém  só foi identificado como substância natural em 1955, na planta Piptadenia peregrina (Anadenanthera peregrina).

    Os princípios da ação farmacológica da Ayahuasca foram traçados na década de 60 e sugeriam a interação das beta-carbolinas presentes na Banisteriopsis e do DMT proveniente da  P. viridis.

    Finalmente Rivier & Lindgren em 1972 identificaram os alcaloides principais presentes na decocção como sendo: Harmina, Harmalina, Tetrahidroharmina e Dimetiltriptamina.