Site do Centro de Documentação e Memória - ICEFLU - Patrono Sebastião Mota de Melo

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Homenagem ao Mestre Conselheiro

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Neste momento, penso nas inúmeras vezes que empunhei a pena para homenagear meus mestres, padrinhos, afilhados, companheiros e amigos que já se foram. Acho que este tipo de homenagem póstuma chama-se necrológico... foi assim com os padrinhos Mario Rogério, Sebastião Mota, Manoel Corrente, Wilson Carneiro e outros.
 
Hoje, na véspera do São João, sabendo da notícia do AVC do nosso querido Luis Mendes do Nascimento, o Mestre Conselheiro como é carinhosamente chamado, ouvindo a mensagem de fé e esperança enviada pelo meu estimado amigo Saturnino, ainda hesito em escrever estas poucas linhas.
 
Isto porque, apesar da extrema gravidade da doença e as poucas chances de uma recuperação, nunca desaparece completamente a esperança no milagre. E nesta medida não seria de bom augúrio escrever um necrológico nesta situação, me antecipando aos desígnios de Deus.
 
Então na minha meditação, descubro que estas palavras não são necessariamente uma homenagem fúnebre mas um testemunho. Testemunho de consideração e  respeito, a este homem que conseguiu a proeza de igualar a sabedoria com a humildade, num grau difícil de ser alcançado. Por isto, ele pode ser considerado um dos últimos pilares vivos desta Doutrina, como foram o Mestre Irineu e o Padrinho Sebastião.
 
Nesta medida, melhor que estas palavras sejam ditas e que esta homenagem seja feita, ainda em vida, neste estado transitório que os budistas tibetanos chamam de Bardo, um estado intermediário entre a vida e a morte, também afirmado pelo nosso Mestre quando diz: “o morrer é igualmente ao nascer”. 
 
E se a vontade de Deus for chamar seu Luís ao seu seio, estas palavras também consagraram uma despedida deste grande homem, do nosso convívio neste plano material. E temos a fé de que elas poderão ser ouvidas de algum modo por ele na Espiritualidade.
 
Melhor dizendo, isto não faz diferença, pois gente da estirpe do seu Luis Mendes estará sempre viva, viverá sempre no coração e na memória de todos nós. Em momentos como estes, nos deparamos, pequeninos que somos, ante o grande e crucial mistério desta travessia. Sem medo nem vergonha de implorar um milagre e ao mesmo tempo serenos e confiantes que a Eternidade está aqui e agora, em todos e a cada momento. 
 
Temos de um lado a promessa da ressurreição contida no testemunho dos apóstolos e de Maria Madalena, vinda da parte do Nosso Senhor, aquele que venceu a morte. E por outro lado devemos ter também a consciência de pertencer a este grande Todo que é a Vida, se manifestando desde sempre neste eterno fluxo. De onde iremos, quando muito, apenas atravessar para a outra margem. E compreender que ela, a Vida, já é o próprio milagre, que não precisamos morrer para descobrir isto!
 
Claro que neste momento também surgem as evocações, as lembranças e as saudades, a amizade nascida dos tempos em que ele acompanhou o padrinho Sebastião, selando esta aliança inabalável entre as nossas irmandades, a festa do Centenário, etc. E ainda recordações minhas mais particulares, como dos primeiros encontros que tivemos ao final dos anos oitenta, as visitas que fiz no Alto Santo, Bujari e Fortaleza... a grande honra e prazer que tive em hospedá-lo duas vezes na minha casa no Mapiá e também no período que minha filha Paula morou e foi recebida com todo carinho na casa do Saturnino quando foi estudar em Rio Branco. 
 
Da última vez que nos vimos, durante os festejos dos 90 anos da Madrinha Rita no Mapiá, guardo uma imagem muito nítida de encontrá-lo bem cedo na varanda da minha casa no Mapiá, muito compenetrado, lendo meu livro “ O Evangelho segundo Sebastião Mota”. Aí ,depois dos cumprimentos, a prosa começava e não dava vontade de parar mais...
 
Era um homem de alegria contagiante. E é assim que vamos sempre nos lembrar dele. Pois ao final deste último parágrafo, este velho companheiro do Mestre foi lhe fazer companhia. 
 
São Pedro, puxa as cadeiras, que hoje vai ter um discurso bonito no Céu!
 
Viva o Mestre Raimundo Irineu Serra
Viva o Padrinho Sebastião Mota
Viva o Mestre Conselheiro Luis Mendes do Nascimento
 
Alex Polari de Alverga,
Conselho Doutrinário da ICEFLU
 

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