Site do Centro de Documentação e Memória - ICEFLU - Patrono Sebastião Mota de Melo

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Lembranças de um encontro com São Francisco

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O dia 4 de outubro, quando se comemora a passagem do nosso querido Santo Francisco de Assis, é também o natalício da minha querida Sonia, motivo portanto de dupla conexão com essa grande figura da cristandade.

Gostaria de hoje (por sinal dia também do meu aniversário), aproveitar ainda esse resto de energia franciscana que envolve este mês de outubro para falar um pouco desta figura tão inspiradora e importante para meu caminho espiritual, que foi nosso Pai Francisco de Assis. E contar uma história que me aconteceu, salvo engano no ano de 1998, numa viagem à Assisi (Itália) e que ficou gravada de forma indelével na minha memória. 

Desde jovem e principalmente no início da minha jornada espiritual, sempre desenvolvi uma grande admiração por São Francisco, que veio a se tornar depois uma sincera devoção. Confesso que nunca fui entusiasta deste culto de devoção aos santos, principalmente quando a Igreja deixou de homenagear os primeiros mártires e ermitões do início da cristandade e estendeu esse culto aos seus despojos de uma forma até mesmo um pouco necrófila, movida por interesses eclesiais e políticos. 

Com certeza que muito desses homens e mulheres foram merecedores desta auréola de Santidade, pois pagaram com a vida pelo seu testemunho de fé durante as grandes perseguições do Império Romano ocorridas até o início século IV da nossa Era. Mas é verdade também que a Igreja, no decorrer dos séculos seguintes, introduziu no seu compêndio oficial de santos muitas figuras que não foram necessariamente bons exemplos na Imitação à Cristo, para que merecessem ingressar nesse batalhão celestial...

É justamente por isso que a figura de Francisco se destaca, por ter sido talvez aquele que mais se aproximou desse ideal. De uma forma tão apaixonada e radical que, talvez pelos valores do nosso mundo atual, fosse suspeito de algum distúrbio psiquiátrico. O que só prova como o projeto do Reino de Deus proclamado pelo nosso Mestre continuou sendo algo tão difícil de realização até os dias de hoje. Pois a vitória sobre o apego, o egoísmo, a prática da compaixão, o amor pelos excluídos continuam sendo metas alcançadas plenamente apenas por uns poucos loucos de Deus, como Francisco e seus primeiros companheiros.

Portanto, após uma gira pela Europa visitei pela primeira vez Assisi, a convite da minha querida sorella Tizziana. Eu reservara três dias antes de começar nossa agenda de trabalhos e reuniões para fazer uma pequena peregrinação pela cidade de Assisi, que visitava pela primeira vez. A casa dela, sede da nossa Igreja Regina della Pace, era uma linda herdade, um antigo mosteiro reformado que data do século XVIII e que está situada no caminho que o Pai Francisco fazia sempre da Ermida de Santa Maria del Angelle até o convento de São Damiano, onde morava sua amada Clara.

Na minha primeira noite, da janela do meu quarto, eu tinha uma vista iluminada das cúpulas douradas da grande Basílica que fora construída em volta da antiga igrejinha da Porciúncula, onde Francisco iniciou seu ministério. Fui tomado de uma grande emoção e passei a noite em clima de grande fervor espiritual, relembrando passagens das Legendas sobre a vida de São Francisco, escritas logo após a sua passagem pelo Frei Tomas de Celano.

No amanhecer do dia seguinte, munido de uma garrafinha de um Santo Daime 3x1 muito especial, iniciei minha peregrinação pela igrejinha da Porciúncula. Como tudo na história da Igreja Católica, temos que entender essa mistura de tanta história maravilhosa de fé, amor e compaixão, com algumas passagens mais obscuras que infelizmente foram crescendo a partir da sua oficialização como religião de Estado. Falo particularmente da pompa e o luxo do Papado durante a Idade Média. Foi justamente contra isso que Francisco mais lutou e é realmente triste ver como ele sofreu no final da sua vida ao entender que sua Bula e seu carisma tinham sido apenas cooptados pela engrenagem eclesiástica. 
 

Daí essa mistura de deslumbramento e um certo incômodo da minha parte ao ver aquela Basílica imensa e suntuosa erigida em torno de uma rústica igrejinha de pedra no centro daquele mar de mármore e cercado de obras de arte. Sensação idêntica ao que senti também na outra Basílica consagrada a Francisco logo após sua morte, repleta de afrescos de Giotto, onde está localizada sua cripta.

E assim os dias foram transcorrendo, alternando passeios, caminhadas,  mirações e meditações pelos diversos sítios franciscanos espalhados pela cidade. No último dia das minhas “férias”, depois de consumida quase toda a minha garrafinha de 3 x 1, subi até o Eremo dele Carcere, bosque onde Francisco e seus seguidores de primeira hora viviam nas cavernas para alguns períodos de meditação. Ali temos ainda a árvore onde a tradição diz ter Francisco pregado aos pássaros.

Foi nesse passeio que aconteceu uma dessas estórias que São Francisco costuma aprontar comigo (são várias!) e que eu gostaria de contar para vocês. O Ermo é um lugar belíssimo, coberto de vegetação centenária, de onde saem várias trilhas, com muitas placas de referência a diversas passagens da vida do Santo e seus companheiros. Lugar ideal, portanto, para uma boa meditação caminhando, que eu tanto aprecio. Num certo momento, consagramos uma dose do Santo Daime e o grupo que me acompanhava, a Tiziana e outros membros da igreja se separaram, a fim de que cada um procurasse um canto para meditar. Perambulei ali por aqueles caminhos, desci até a cova onde morou frade Leone (grande companheiro do santo) e com quem também me identifico muito, subi novamente para o caminho principal, até que encontrei uma trilha bem íngreme que descia e de onde era possível avistar uma espécie de fenda deste lado do monte Subásio. Vi que havia duas placas: uma que não cheguei a ler e outra que avisava que aquele caminho estava interditado para obras. 

O lugar era isolado e atrativo, a miração estava chegando forte e eu disse para mim mesmo: “-Vou me aquietar por aqui!” Foi justo o tempo de descer até uma espécie de platô mais abaixo. Fui imediatamente atraído para uma pedra que tinha uma linda visão da fenda da montanha e de onde se divisava a paisagem lá embaixo, no vale.

Enfim a miração chegou e eu fiquei inebriado, sentindo aquela energia espiritual que raramente encontrei em outros lugares por onde fiz esse tipo de peregrinação enteógena. Os pássaros cantavam e uma brisa suave, que vez ou outra se tornava mais forte, trazia uma frescura no ar e convidava a miração a visitar a memória Akashica daquele lugar. Quando a força amenizou um pouco, puxei da minha mochila o exemplar da Legenda do Santo que levara comigo. Abri aleatoriamente numa página e me lembro de que era um trecho onde se falava de alguma passagem de Francisco com o Vento e a Natureza. Procurei depois o Cântico das Criaturas e me deti na seguinte estrofe:

 “Louvado sejas meu Senhor, pelo irmão vento/ E pelo ar e pelas nuvens e pelo sereno/ e por todo tempo/pelo qual às tuas criaturas dás sustento”

Que experiência maravilhosa! Que coincidência incrível! Cheguei a pensar: “-Ele deveria ter sentido algum dia, em algum lugar aqui próximo, essa profunda conexão com o Irmão Vento para se inspirar!”. Por mim, acho que poderia passar todo o dia ali com essa sensação inexplicável de júbilo. Mas tinha combinado de me reunir novamente ao grupo. Subi a trilha de volta até o caminho principal. E quando cheguei lá em cima, qual foi minha surpresa quando me dei conta da outra placa que estava meio escondida e que não tinha lido na descida. Nela estava escrito: “Sentiero Frate Vento!”

Fiquei muito impressionado com essa sincronicidade. Na noite desse mesmo dia, abrimos nosso primeiro trabalho espiritual na Igreja. Foi um trabalho de Mesa Branca muito forte. Ao final, ainda mirando, saí da igreja para um pátio mais abaixo, onde se descortinava uma linda vista das muralhas da cidade antiga de Assisi, encravada na encosta do Subásio. Era uma linda noite de Lua cheia. Na miração, ela se tornou uma coroa dourada, era como se representasse a coroa de santidade de São Francisco, uma joia pontificando aquele cenário como um patrimônio da Eternidade. Naquele momento comecei a receber o Hino: “Na lua sobre Assisi/ Eu vejo o Seu semblante/Sua Santa Pobreza/Brilha como diamante

 

11 de outubro de 2023.

Alex Polari de Alverga

              Acesse em outros Idiomas:
 

Ricordi di un incontro con San Francesco


              
           Memories of an encounter with Saint Francis

 
 
 

97 anos da Madrinha Rita

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Foram dois dias de celebrações pelos 97 anos da nossa querida matriarca, Madrinha Rita Gregório de Melo, no Céu do Mapiá e em muitas igrejas do Brasil e do mundo.
 
No Mapiá, sede mundial da ICEFLU, o aniversário foi festejado na Igreja, com o hinário O Justiceiro bailado e transmitido, ao vivo, para todo o planeta, por meio da Rádio Jagube.
 
A festa tradicional que acontece todos os anos na varanda da casa da Madrinha reuniu seus filhos, netos e bisnetos, além de vários afilhados.
 
E ontem (26), a irmandade teve a oportunidade de conhecer um pouco mais da bela história da Madrinha Rita através da memória e relatos da Vó Biná, durante a Live 'Costurando os Retalhos’. O episódio dedicado a celebrar a nossa preciosa aniversariante contou com a participação especial de Isabel Barsé e apresentou hinos cantados pelos filhos da Madrinha Rita, além da leitura de trechos do livro ‘Costurando Retalhos’, da Vó Biná.
 
Quem não assistiu, aproveite agora para ver a live nos canais da ICEFLU, Canal Jagube e Rádio Jagube no Youtube.
 
Que a vida da nossa estimada madrinha continue sendo muito festejada em nossos corações e pensamentos!
 
Viva a Madrinha Rita!
Viva a aniversariante!
Viva o Padrinho Sebastião
Viva o nosso Festival!
Viva o Santo Daime!


 
 
 

Costurando os Retalhos, por Vó Biná

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Live em homenagem aos 97 anos da Madrinha Rita - Costurando os Retalhos, por Vó Biná

"Me Lembrando da Madrinha"
 
"Uma das coisas boas aqui no Mapiá é andar dentro da mata exercitando o silêncio que ela naturalmente nos
pede. Um dia desses me perdi. Andava e não encontrava o caminho. Começava a escurecer, fui ficando nervosa. Então, pensei nas palavras da Madrinha, que, quando eu me sentisse perdida na mata, que procurasse voltar ao lugar inicial, não avançasse. E me lembrando dela, me veio a calma para encontrar a direção certa."
 
Trecho do livro
"Costurando os  Retalhos"
 Vó Biná.
 
 
Neste domingo, dia 26 de junho de 2022, a partir das 17h (Brasília), vamos nos conectar diretamente com o Céu do Mapiá para homenagear nossa Madrinha Rita. Será a Live 'Costurando os Retalhos, por Vó Biná' com um episódio especial que comemora os 97 anos da nossa Soberana Rainha Mãe.
 
Participações especiais, histórias, clipes, leitura de capítulo do livro Costurando os Retalhos e aquela conexão com toda irmandade do Santo Daime no Brasil e no mundo.
 
A transmissão da Live será pelos canais da ICEFLU, Canal Jagube e Rádio Jagube no Facebook e Youtube.

10 anos - Passagem de Pedro Dário

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10 anos da passagem de Pedro Nunes Costa – Pedro Dario
 
 
Vamos, Seu Pedro?  Disse Clara, chamando Seu Pedro para seguir viagem. No que ele respondeu: 
- Espera um pouco. Tenho que conversar com esses dois malucos que querem abrir uma igreja. 
Foi assim nosso primeiro encontro. Os malucos éramos eu e meu irmão mais velho, o Neto.
Estávamos querendo firmar um ponto em Ribeirão Preto. Até então, frequentávamos o Flor das Águas, em São Paulo, e alguns trabalhos com o Glauco. A reunião foi tensa. Seu Pedro, bem sério, perguntou: 
- Vocês fazem ou cantam os “mortos”? 
No que respondemos:
- Sim, fazemos o Mestre Irineu e parte do Padrinho Sebastião. Seu Pedro se segurou para não rir. 
- Não, “os mortos” a que me refiro são os hinários do Germano Guilherme, Antônio Gomes, João Pereira e Maria Damião, disse em seguida.
Daí, tivemos a certeza que não sabíamos de nada mesmo. Seu Pedro então nos adotou. Tanto que o nosso centro tem o nome dele: Centro da Fluente Luz Universal Pedro Nunes Costa.
Com ele, aprendemos a importância de plantar a Rainha e o Jagube. 
Seu Pedro passou a fazer parte da nossa família. Atrás daquela aparência séria, tinha um humor fantástico! 
Quando queria alguma erva no quintal da chácara, ele dizia: 
- É melhor eu falar com a Jacy (minha esposa). Você não sabe a diferença de uma folha da Rainha da folha de Jagube... me zombando e dando risada.
Em outra ocasião, falando ao telefone com ele, contei todo feliz que havíamos plantado um pé de Jagube aqui na chácara. E ele: 
- Um? Precisa plantar 1.000. 
Aprendemos também o respeito que se deve ter pela Doutrina do Santo Daime, o respeito pelos nossos padrinhos e pelo nosso Mestre Irineu.
Seu Pedro era um plantador. De Rainha, de Jagube e da Doutrina. Por onde ele passava, nascia um ponto de luz. Sempre aconselhando a todos a se filiarem ao Mapiá, ou seja, ao Cefluris, na época. Era um caboclo professor dos mais humildes. Quando chamávamos ou dávamos um "viva ao Padrinho Pedro", ele ficava “P” da vida. Rs
Fizemos vários feitios de Daime orquestrados por ele. Ele fazia Daime de finíssima qualidade. Quando veio para Ribeirão fazer vários exames complicados, endoscopias, tomografia, entre outros, ele ficava receoso e eu brincava com ele:
- Quer que eu vá junto, Seu Pedro? Seguro a sua mão. 
A gente ria de dar gargalhadas.
Grande amigo, pai, irmão.
Sinto muito a sua falta.
Espero que segure a minha mão quando for a minha hora.
 
Pelicano
 
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Hoje, 21 de junho de 2022, completam 10 anos da passagem do Padrinho Pedro Dário para o plano espiritual. Ele deixou a esposa, Rosa Maria Raulino, os filhos, Vicente Prafivelo e João Pedro, e os netos, João Gabriel, Pedro Dário e Theo.

 

Comunicado ICEFLU - 06.2022

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COMUNICADO ICEFLU 
 
A Igreja do Culto Eclético da Fluente Luz Universal recomenda que, durante esse festival, todos os centros e fardados associados sigam atentos aos cuidados exigidos pela atual situação sanitária.
 
A ICEFLU também recomenda fortemente que as Igrejas associadas guiem suas atividades de festival a partir das virtudes da prudência e do cuidado, estando atentas aos conselhos dos especialistas em saúde e aos dados científicos sobre a evolução da pandemia e as particularidades dos contextos locais.
 
Nossa instituição aconselha ainda que, dentro do princípio da autorresponsabilidade das Igrejas, as mesmas sigam firmes protocolos de segurança que sejam capazes de garantir a integridade e a proteção da saúde de todas as pessoas. 
 
15 de junho de 2022 
 
Conselho Superior Doutrinário 
Conselho Administrativo
 
 

Festejo de Santo Antônio

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Festejo de Santo Antônio e o “Hinário Estrela Brilhante”
 
O Hinário “Estrela Brilhante”, recebido pela Madrinha Maria Brilhante, 87 anos, é cantado oficialmente no Céu do Mapiá no festejo de Santo Antônio, na virada do dia 12 para 13 de junho, abertura do festival junino. Segundo ela, o hinário começou a ser cantado nesta data quando ainda tinha apenas 10 hinos. O hinário foi fechado, em 2015, com 214 hinos recebidos.
 
O motivo deste hinário ter sido estabelecido dentro do calendário oficial tem relação com a promessa feita pela Maria Brilhante para a cura do Padrinho Valdete, que foi acometido por uma grave doença.  Com a cura recebida, seu hinário passou a ser cantado no festejo do Dia de Santo Antônio, a quem a promessa havia sido feita, de farda branca.
 
Nascida no município de Alenquer, no Pará, em 12 de setembro de 1935, Maria Brilhante casou-se com Eduardo Salles Freitas, o Padrinho Eduardo, e teve quatro filhos: Antônio Sebastião, Osmarina, Sebastiana (Nena) e Onélia. O casal também criou os irmãos Raimundo Coelho e Meireane Ramos. 
 
A história da Madrinha Maria Brilhante no Daime começou nas sessões do Mestre Irineu, onde ela fardou-se com uma farda presenteada pelo próprio Mestre e chegou a trabalhar com fiscal dos trabalhos. Chegou na Colônia Cinco Mil com a família um pouco antes da partida do Padrinho Sebastião para o Rio do Ouro. Desde então, adotou a família do Padrinho como a sua própria família.
 
Viva a Santo Antônio!
Viva a Madrinha Maria Brilhante!
Viva o Padrinho Sebastião!
Viva o nosso Festival!
 
Louvo a Deus
(Of. Padrinho Valdete)
 
Eu louvo a Deus
Eu louvo a todos seres
Louvando a Santo Antônio
É o nosso companheiro
 
Louvando a Deus
Eu louvo a São João
Louvando a todos seres
Louvo a São Sebastião
 
Eu pedi
Eu recebi
Me examinei
E logo me corrigi
 
Louvando a Deus
Eu louvo a São João
Louvando a todos seres
Louvo a nossa confissão
 
(Hinário Estrela Brilhante - Mad. Maria Brilhante)
 
 
Assista ao vídeo: https://youtu.be/WLYZIy0wVz8
 

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